Conservação Ex-situ

Conservação Ex-situ

de espécies ameaçadas

OBJETIVO


Manter ex-situ populações ameaçadas de peixes de água doce nativos com o objectivo de repovoar os seus rios de origem.

COMO TUDO COMEÇOU


Em 2006, o IPMA previa uma situação de seca extrema semelhante à ocorrida no ano anterior. Na sequência das monitorizações primaveris das populações da espécie Achondrostoma occidentale (descrita por investigadores do ISPA em 2005 - ver aqui) terem revelado um número bastante reduzido de peixes e extensos troços secos nas três ribeiras onde a espécie ocorre, a equipa do ISPA decidiu solicitar o apoio do Aquário Vasco da Gama para que fossem disponibilizados tanques para albergar dois stocks de peixes provenientes dos rios Alcabrichel e Sizandro. Nesta altura julgava-se altamente provável que uma das três populações da espécie se tivesse extinguido, por seca total do curso principal do rio Safarujo...


A intenção de transportar indivíduos adultos para o Aquário, comunicada ao ICNF, tinha como principal objetivo salvaguardar a espécie se as previsões meteorológicas para esse verão se concretizassem e devolver os indivíduos ao seu meio natural assim que a continuidade hídrica estivesse reestabelecida. No entanto, a facilidade com que estes pequenos peixes se reproduziram espontaneamente em cativeiro (descrita aqui) despertou a ideia de utilizar a reprodução ex-situ como uma ferramenta para a conservação de outras espécies nativas ameaçadas.


Nesse sentido, os investigadores do ISPA coordenaram esforços com técnicos da Quercus e com Aquário Vasco da Gama e foi elaborado o esboço de um projeto aplicável a outras populações ameaçadas. Após obtenção de autorização por parte do ICNF, em Julho de 2008 foi assinado publicamente o protocolo entre os parceiros que levariam a cabo o “Projeto de Conservação Ex-situ de Organismos Fluviais”: ISPA, Quercus, Aquário Vasco da Gama, Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Lisboa. 



CARÁCTER INOVADOR DO PROJETO DE CONSERVAÇÃO EX-SITU (em curso desde 2008)


A utilização da reprodução ex-situ para repovoamento preservando a integridade genética das populações selvagens (supportive breeding) foi pioneira em Portugal. Foi igualmente pioneira a utilização, em alternativa às técnicas de aquacultura convencionais, de uma abordagem naturalista da reprodução, com o objetivo de preservar o reportório comportamental dos peixes e, com isso, maximizar a probabilidade de adaptação ao meio natural aquando da sua libertação. Esta abordagem assenta em quatro princípios fundamentais: posturas não induzidas, disponibilidade de refúgios para alevins e juvenis, condições naturais de luz e temperatura, e mínima intervenção humana. 


Para obter mais informações, clique aqui e aqui


As várias etapas que constituem o Projeto estão sumarizadas na seguinte infografia: